segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A viagem à Beira

Terminada a 1ª fase das obras da ESIL, alguém se lembrou de premiar os trabalhadores, oferecendo-lhes uma ida à Beira. E isto concretizou-se no início de Fevereiro. Num testemunho do P. Vitor e do Pedro Malheiro conseguimos perceber como foi boa esta viagem!

"Chegámos à Beira no  dia dos heróis moçambicanos. Estes nossos trabalhadores são heróis. Havia muita gente na praça da Independência. Aí, foram as manifestações de espanto com os prédios e suas dimensões. A grandeza da cidade! Chegámos de noite à praia para ter uma imagem de noite do mar com as ondas a rebentarem. A maioria  nunca tinha visto o mar. Foram provar a água. Salgada, claro!!! 
Nos dias seguintes  foram ao mar tomar banho. Brincaram, saltaram, tomaram banho com cuidado, pois a maior parte não sabia nadar. No terceiro dia, o mar parecia um laguinho, uma bacia de água calma e aí foi nadar, brincar, correr na praia. Uma maravilha!Depois foram as visitas à cidade, ao porto, ao aeroporto com explicações nossas conforme sabíamos...
Quanto à comida: comeram carne de vaca (costeletas!), galinha, moelas de galinha, peixe do mar comprado fresquinho na praia, camarão, salada de repolho e tomate, cebola. O alho francês foi de uma ajuda enorme para os refogados. Comeram sempre muito bem. A cerveja não faltou, apesar de ter havido problemas de energia eléctrica na cidade da Beira, por causa de uma avaria num transformador. Compraram peixe seco por metade do preço a que se vende em Vila Ulongwe.
Fizemos as contas ao dinheiro e sobrava. Decidimos dividir o dinheiro por todos: 500,00 meticais para cada um, o que os ajudou a fazer compras pessoais, para a família. Não imaginam a  alegria deles.
Para todos estes foram dias de imensa  alegria pelo passeio, pelo conhecimento proporcionado, pela auto-estima  dada a cada um, o orgulho no seu país que até é "mais que o Malawi" que eles conheciam melhor que o seu próprio país.
Foram ao todo uns seis dias de relaxamento, de férias que alguns nunca tinham saboreado, ou porque nunca as tinham tido, ou porque as passavam a trabalhar na machamba.
Segundo os trabalhadores, jamais esquecerão esta experiência na sua vida. Um deles dizia: "Quem me dera ter um caderno e uma esferográfica para gravar tudo o que tenho visto e conhecido". Disse-o em Chichewa, claro, com muita ênfase.
viagem à Beira foi um êxito total. Agora que recomeçámos o trabalho, notamos que o espírito deles mudou assim como a atitude: estão muito mais fortes no trabalho, mais animados, mais empenhados e perceberam que estamos todos no mesmo barco, no mesmo projecto, unidos; que estamos com eles e que queremos o bem deles. "






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